Centro de Estudos Sociais
sala de imprensa do CES
RSS Canal CES
twitter CES
facebook CES
youtube CES
22-09-2023        A Tarde [BR]

De tudo que podemos realizar conectando informação, tecnologia e comunicação educativa, são interfaces entre mundo acadêmico-universitário, movimentos sociais e ações educativas que resultam em boas práticas e acesso à cidadania. Não tem sido fácil, com tantas descontinuidades e “guerras ideológicas”, organizar e implementar políticas públicas, bem como garantir direitos e justiça social. Na contramão, fomentadas por redes interinstitucionais ampliadas e com forte ativismo, os exemplos são vários e merecem destaque e divulgação.
Desde a crise sanitária (restrições relativas à covid-19), o aumento de casos de violência doméstico-familiar e sua forma mais grave – feminicídios – ocupam estatísticas e noticiários diários. As relações violentas, o confinamento, as rupturas e os processos de longas tensões são algumas das motivações. Em geral, a violência de gênero não se manifesta uma única vez: são anunciadas sob forma de ameaças e lesões. As redes próximas também tomam ciência e, não raro, recebem pedidos de proteção nas instâncias competentes.

Atendendo não só aos marcos legais já assinalados desde os anos 70, parcerias e ações são realizadas a partir de lideranças e vontades de “bem viver”, almejando direitos e vidas. Esse tem sido o exemplo do FORDAN, programa de extensão e pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo que, desde 2005, acolhe mulheres e familiares em vulnerabilidade social. Durante a pandemia, protegeu 174 pessoas, atuando nos eixos saúde, psico-jurídico, educação e cultura, emprego e renda.

Em 2021, submeteu novo projeto à Fundação de Amparo à Pesquisa (FAPES), recebendo apoio através do edital “Mulheres na Ciência”, com intuito de produzir aplicativo para denúncia da violência contra mulheres em sua pluralidade (negras, periféricas, indígenas, quilombolas, de religiões de matriz africanas,com deficiência, trans, travestis e lésbicas). 

O APP é resultado de ação coletiva institucional e toma como princípio a escuta ativa. O lançamento acontece hoje em Vitória, no Teatro da UFES e através da TV Educativa, com presenças de Secretária de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Iêda Leal (Ministério de Igualdade Racial) e Márcia Teixeira (Ministério Público do Estado da Bahia e Conselho Nacional de Direitos Humanos).

Proteger e salvar vidas não pode ter caráter de campanha em determinados momentos. A belicosidade, a liberação e uso de armas, masculinidades violentas, associadas ao ideário patriarcal, machista, transfóbico e colonizador (de corpos, mentes, vidas) ocupa o cotidiano brasileiro. O uso de aplicativos, campanhas educativas e efetividade nos aparatos já existentes podem incentivar caminhos para “saída do ciclo”. 


 



 
temas