Reunir jovens e promover cultura, educação e direitos exige dedicação, esforço coletivo e gestão (de ideias, detalhes, do intenso desejo de transformar). Não se faz em curto prazo. Não há receita, mas muito trabalho. Assim como uma ópera-vida, cada decisão, nota, performance convocam tempo, dedicação e atenção. Um circular de intenções e ações. Esse tem sido um exercício diário e de longo tempo (quase terminando a adolescência). No próximo domingo, veremos em Salvador, um “pequeno” movimento desse processo e última etapa de um movimento de conhecer/divulgar em terras brasilis.
O Neojiba encerrará a turnê nacional com cantos e encantos. Na bagagem, percorrer nordeste e norte, aprender e ensinar não só sobre educação musical, mas sobre ser, conviver, realizar e acreditar. Através da educação acreditar que existem possibilidades de realização de direitos humanos, de memórias (coletivas e históricas), de conhecer para além do técnico-instrumental. Aproximar pessoas.
Das matas amazônicas, águas, fauna e das cidades que compõem a turnê da Liberdade (200 Anos de Independência) às salas de espetáculos, um grupo de 180 integrantes em viagem, mas com outras centenas nos núcleos, realizam com vibração e arte. Na composição da ópera, cada detalhe, voz, tonalidade, figurino “foi muito bem concebido”. No ciclo dos seus 16 anos, intensifica ensino, extensão e expansão (o mais recente Núcleo é o da Mata Escura, Salvador) e internacionalização (esse ano foi especial e continua – ilustrado com violinistas como o francês David Grimal e a japonesa Midori).
Entre cantos corais (e de expressão da diversidade e repertórios tão distintos), a execução orquestral e a performance de uma Ópera são pontos essenciais. Por isso, nomear para representar: Ana (SJDH), Lucie (Coro), Renata (Direção), Juliana (DS), Laiane (Enfermeira), Isabela (solista/chefe de naipe), Emily (instrumento), Jô (Coro), Alexandra (mãe). São muitas pessoas envolvidas e a maestria é coletiva. Brava gente que incentiva e integra essa agenda.
Os sons sinfônicos realizam sonhos, formação de excelência e ocupam espaços (quartos, salas de estudos, teatros, jardins). Ademais dos compositores orquestrais, “Dulcinea e Trancoso”, composta por Eli-Eri Moura (UFPB, 2017), toma corpos, dimensões e miscelânea de culturas, etnias e emoções. E lembrar que na Bahia “não se nasce”, brilha-se. Por mais núcleos, concertos e conexões (acadêmicas, culturais e de/para/com as juventudes).