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01-03-2021        Rua Larga

A igualdade entre mulheres e homens está no centro da Agenda 2030 das Nações Unidas. O esforço de alcance do ODS 5 — Igualdade de Género — é transversal a toda Agenda e reflete a crescente evidência de que a igualdade de género tem efeitos multiplicadores no desenvolvimento sustentável. Enquanto estruturas de ordem social, as Instituições de Ensino Superior não são alheias ao sistema global que produz e reproduz as desigualdades de género. Apesar de um crescente alinhamento no número de estudantes masculinos e femininos, e do aumento da presença de mulheres na carreira académica, prevalecem mecanismos de segregação — frequentemente invisíveis ou inconscientes — e profundas assimetrias. Enquanto locais privilegiados de formação, capacitação, construção e transferência de conhecimento, cabe-lhes agir sobre os processos e mecanismos institucionais produtores de desequilíbrios de género e afirmar-se como promotoras de inclusão e igualdade. O SUPERA — Supporting the Promotion of Equality in Research and Academia — é um projeto financiado no quadro do Horizonte 2020, com o objetivo de combater desigualdades de género no mundo académico através de planos de ação para a igualdade. O consórcio SUPERA integra, além do Centro de Estudos Sociais (CES)/Universidade de Coimbra (UC), três universidades e dois organismos de financiamento do sistema científico europeus que, até 2022, terão desenhado e aplicado Planos para Igualdade de Género. Através de uma abordagem holística e colaborativa, o projeto articula o diagnóstico sobre a situação das instituições no que diz respeito à igualdade de género, com a ação/mudança, através da implementação de planos de melhoria que respondam aos problemas e desafios identificados na avaliação de base realizada.

A desigualdade de género é um problema com raízes profundas e com causas múltiplas e complexas, alicerçadas em estereótipos de género, e sobre as quais é necessário intervir. Tal desígnio convoca o desenvolvimento de políticas internas de caráter estrutural, relativamente a recursos humanos, progressão na carreira ou prevenção do assédio e violência de género. Do mesmo modo, o reforço da integração da perspetiva de género na produção e disseminação de conhecimento, além de socialmente responsável, constitui uma oportunidade de melhoria da qualidade pedagógica e de reforço da relevância social dos resultados da investigação. Assim, os planos de melhoria irão integrar ações em quatro áreas-chave: recrutamento, retenção e progressão na carreira; liderança e tomada de decisão; dimensão de género na investigação e conteúdos educativos; e enviesamentos e estereótipos de género. Na UC, a elaboração do Plano para a Igualdade de Género (o primeiro na história desta universidade) constitui um marco importante no percurso e compromisso para a efetiva igualdade na instituição, uma vez que permitirá uma ação proativa para a inclusão da perspetiva de género nas políticas, processos e práticas que compõem a sua atividade. Este compromisso resulta de uma perspetiva de responsabilidade social, não só pela defesa de princípios de igualdade, como também pela capitalização do papel privilegiado da universidade, enquanto produtora e transmissora de conhecimento, na promoção de um ambiente social caracterizado pela igualdade substantiva entre homens e mulheres. 


 
 
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Mónica Lopes



 
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