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08-09-2023        A Tarde [BR]

Com intensificações da violência urbana e aumento de feminicídios, brutais, anunciados por várias vezes, é preciso pensar em proteger e respeitar a vida. Criar espaços de aprendizagem, circulação e vislumbre de futuro-presente.
Do Julho das Pretas às Paradas; da Marcha das Margaridas às salas de espetáculos e de aulas cheias. Que possamos nos preparar e planejar “ocupações políticas”, almejando mais mandatas coletivas, mais candidaturas a tudo. Cargos executivos, lideranças, conselhos tutelares, gestão de condomínios. Lideranças das próprias vidas e em defesa do bem comum.
Somos muitas lideranças, partilhadas e buscando múltiplas identidades. Não cabe mais intitular nada como “coisa de mulher”. No plural, podemos realizar e concretizar. A cultura bélica (que não parece ser interrompida) e “do estupro”, além de todos os tipos de violência nomeados em leis, no cotidiano e expressões de sofrimento vivenciadas por meninas e mulheres são pautas abertas.
Se juntarmos outras reivindicações, para mulheres idosas, lésbicas e trans, de religiões distintas, de territórios tão diferentes, de classe e idades, talvez os esforços ganhem outras dimensões. Carol Vergolino deu uma lição quando revelou a constituição e a valentia de cinco mulheres na composição da JUNTAS (mandata coletiva em Pernambuco). Viva a inspiração e a força. De cada uma delas.
Antecipando não só nas academias, mas especialmente em partidos, discursos singulares sobre “mulher” parecem ultrapassados. Ocupam meios de comunicação e afirmam que estão “para servir”. Melhor mesmo é ter tempo de juntar experiências, lideranças e projetar ideias inovadores, reunindo novas abordagens, agendas e ética.
Urgências? Muitas e imensas, destacando violências sobrepostas, acessibilidades, conexão de ações para proteger e prevenir. Quando mais temos legislação, mas será necessário formar, enfrentar e coibir violências, violações, desigualdades estruturais e discriminações.
Após a declaração do Ano Internacional da Mulher pela ONU (1975), muitas frentes foram elencadas e espaços ocupados. Cruzamentos de categorias e sobreposição interseccional foram tomaram discursos, corpos e atos. Somos muitas e convidar mulheres para abranger todos os “s” que puderam ser incorporados. Recusa de sexismos, racismos ou qualquer violência (gênero, doméstico-familiar, política). Que o próximo pleito seja esperança de instâncias mais igualitárias e propostas concretas.
Chegamos às instituições, cadeiras escolares (todos os níveis), aos assentos dificilmente ocupados. Através de práxis e aporias, em quase duas décadas, inscrevemos no marco legal-jurídico relevantes contribuições (Lei Maria da Penha, Feminicídio, Importunação). As controvérsias não faltaram e foram colocadas à mesa. Nas crises, usamos redes e canais de comunicação e tecnologias. Aprenderemos juntas, solidariamente. Que sejam propostas de bem viver.


 
 
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