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29-05-2023        A Tarde [BR]

“Quando existe amor entre as pessoas, a música é possível”. O dueto de dois musicistas uniu mais que violino e piano. O violonista francês e diretor artístico dos concertos do final de semana foi chamado de irmão. Sê bem vindo David Grimal. Gratidão Ricardo Castro e toda equipe NEOJIBA.

A música ecoou além das notas. Em espaços diferentes. Sobretudo, para pessoas distintas. Momentos de silêncios e escutar “expressões de Humanidade”. Belezas infinitas em mãos de jovens baianos, demonstrando processos intensos. Ocupar espaços, aqui, acolá e com mais salas sinfônicas, fazendo uma miscelânea por justiça social e direitos humanos. Comove, move, transforma.

Se sem maestro a conduzir a orquestra, em concerto realizado em edificio do patrimônio cultural soteropolitano, Beethoven inspirou pessoas, a pergunta é: porque não mais jovens, mais lugares adequados e metodologias expandidas em escolas? Para promover e sentir “liberdade”, mencionou um jovem que ensaiava. Para reafirmar a irmandade (composição interpretada por Grimal e Castro – Fratres, de Arvo Pärt, 1977). Para não ser utopia. Tocaram juntos. Realizaram equidade.

Se a música é linguagem universal, conduzir e fomentar orquestras, educação musical, espaços de encontros não seria meio e fim? Consegue envolver e convidar multidões. Amantes, curiosas pessoas e outras maestrias (em ambos os concertos foram ouvintes, colegas, familiares, maestrinas/maestros, artistas, estudantes, anônimas), lado a lado, em movimento uníssono. Etnias, idades, gêneros e experiências diferentes.

Se com 16 anos de programa, jovens estiveram imersos em aprendizagens a partir de metodologia coletiva (El Sistema, Venezuela), com mobilidade nacional e internacional, um entusiasmado bravo reconhece planejamento e realização. E com mais jovens inscritos? Se as escolas fossem tomadas como sedes? Se confirmada mais que agenda pública para juventudes, imaginem impactos aumentados com lentes macroscópicas!

Ao senador e ao Secretário de Cultura do Estado da Bahia, ouvir incentiva. Respeitar é fazer-se presente. Estar ali impulsiona decisões em prol do tripé revolucionário. Outros grupos também partilharam. A lotação fez repetir o concerto (Parque do Queimado) e, a mais genial e simples das ações, ampliar público através de transmissão de sons (caixas voltadas para o Largo do Cruzeiro, Pelourinho), chegando a quem nem se imaginava. Na vizinhança, a sede do Movimento Nacional de População em situação de rua, trouxe para o lado de fora ouvintes novos. Pausa na coleta de resíduos para ouvir. A música convida para mais educação, cultura, direitos humanos. Pela integralidade e não por partes. Incentivar trabalho coletivo para construir outras agendas.


 
 
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