Entre 1964 e 1974, dezenas de grupos maoistas constituíram-se como alternativa à via ortodoxa da oposição ao regime representada pelo Partido Comunista Português. Desiludidos com as posições do partido de Cunhal em relação à guerra colonial e à Primavera de Praga, animados pelo espírito libertário do Maio de 68 e pela euforia das infiltrações junto do operariado e do campesinato, muitos portugueses (alguns dos quais hoje em posições de destaque em Portugal e até na Europa, como Durão Barroso) foram maoistas. “Margem de Certa Maneira – O Maoismo em Portugal 1964-1974”, de Miguel Cardina, faz finalmente
o inventário desses anos. Por João Bonifácio