Durante a pandemia da covid-19, ficou explícita a existência de uma “crise de cuidados” em Portugal. Ainda que assim apelidada, não é completamente nova: alguns dos seus traços estão fortemente refletidos na história de grupos marginalizados, muitas vezes empurrados para a necessidade de encontrar criativas estratégias de resistência e cooperação. Muitas vezes, é o caso de pessoas LGBTQIA+, atravessadas por diferentes marcadores sociais, pelos contextos gerais e pelas relações específicas que vivenciam. Semelhanças e diferenças, crises e cooperações, também presentes nas breves histórias aqui contadas: cinco pessoas próximas dos 60 anos, nascidas durante o Estado Novo, antes da sedimentação de um movimento LGBTQIA+ em Portugal, que trilharam caminhos em conflito com normas de género e sexualidade.