Ao inicio da noite, mais de 12 horas depois do inicio das negociações mediadas pelo governo entre operadores portuários e estivadores do porto de Lisboa ainda não existia acordo.
"A Lei criou, em 2013, uma espécie de regresso às "Casas do Conto" de antes do 25 de abril" explica o sociólogo Elísio Estanque que fala em "regressão social" e lembra que negociar sobre pressões e ameaças de todas as partes - inclusive do mediador - não favorece uma solução.
O assunto marcou o debate quinzenal desta manhã.
António Costa afirmou claramente que uma solução para o problema terá que ser encontrada esta sexta-feira - de forma negociada, ou imposta pelo governo.
A greve dos estivadores é ao trabalho extraordinário. Dura há 38 dias. Custa, dizem as empresas, 300 mil euros por dia, 100 mil contrapõem o governo.
Um número em que todos concordam - O movimento do porto de Lisboa reduziu para metade.
Ao princípio da noite de sexta-feira, após mais de 12 horas de discussão havia progressos mas ainda não um acordo.
Do lado dos 272 estivadores ficava a promessa de manter a greve até 16 de junho.
Querem o fim do trabalho precário e a revitalização das carreiras.
Do lado dos sete operadores portuários a ameaça de que segunda-feira avançam para um despedimento coletivo.
Nos acordos que propuseram inicialmente exigiam que os estivadores abdicassem do direito à greve durante seis anos.
No Jornal 2 Elísio Estanque, investigador do centro de estudos sociais da universidade de Coimbra lembra o que se está a passar em França e deixa um aviso: "Uma desorganização do campo laboral só favorece situações de absoluto descontrolo que podem ser muito piores para a economia e a democracia".