Sintra foi inscrita como sítio da UNESCO em 1995 e descrita como um modelo do património monumental e natural romântico. Inclui mais de 20 locais religiosos classificados. Um deles é o Convento dos Capuchos, fundado em 1560 e entregue à ordem franciscana. Desde a década de 60 do século XX, o convento e zonas circundantes têm sido usados por diferentes grupos religiosos como um local para oferendas e contemplação religiosa. Desde a criação em 2000 da empresa Parques de Sintra-Monte da Lua, o acesso ao convento foi vedado e sujeito às regras dos monumentos visitáveis do Parque. Este facto provoca a indignação dos antigos usuários do espaço, que afirmam que tais edifícios e arredores pertencem a todos e que um deve poder usá-lo livremente. Este é um caso em que, embora “religioso” e “património” andem de mãos dadas, o seu aproveitamento turístico também provoca tensões e disputas.
Nesta comunicação, analisamos algumas das tensões e conflitos presentes hoje em dia no espaços religiosos e patrimonializados do parque de Sintra-Monte da Lua e o contraste com a austeridade religiosa do passado.