O imediato pós-II Guerra Mundial viu nascer a moderna teoria do desenvolvimento. Junto com ela, emergiu um pensamento econômico especificamente latino-americano, a partir da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL). Criticando as teses neoclássicas, a CEPAL elaborou uma visão da economia mundial (e local) desde os olhos do subcontinente, relacionando conceitos como crescimento, industrialização, desenvolvimento e planejamento. Em meio a eles, o emprego, fruto do crescimento econômico e da industrialização, seria a ferramenta para absorção da população e superação das mazelas sociais latino-americanas. As dificuldades, porém, para superar o subdesenvolvimento exigiam a ação de um Estado forte, presente, legitimado com o selo da vontade nacional e comprometido com o esforço da industrialização. O presente trabalho pretende mostrar o quanto a questão do emprego é fundamental para o objetivo de desenvolvimento, segundo a CEPAL, e chamar a atenção para o fato de que essa teoria trazia implícita a ideia de ‘construção da nação’ como algo necessário ao impulso transformador nos países da América Latina.