I explore how grievance politics, driven by "hot" emotions or "emotional flashpoints," can evolve toward either anti-democratic or pro-social outcomes. Emotions like indignation, frustration, and outrage often signal deeper systemic issues—inequalities, marginalization, and loss of dignity. Rather than dismissing grievances as mere threats, I propose viewing them as challenges that prompt us to collect more information and scrutinize overlooked complexities. By acknowledging that grievances can turn anti-democratic when ignored, I stress the importance of addressing their roots to harness their pro-democratic potential. A key puzzle centers on the "black box" where frustration can suddenly turn "sour," and I argue that standard, comfortable concepts—our "bright spots"—can blind us to this process. Recognizing such blind spots enables us to break free from conceptual complacency and examine how grievances may be channeled into constructive forms of civic engagement. Thus, I invite a nuanced understanding of how emotional flashpoints propel democratic and societal change.

Analiso como a política de queixa, impulsionada por emoções “quentes” ou “pontos de ignição emocional”, pode evoluir tanto para resultados antidemocráticos como pró-sociais. Emoções como indignação, frustração e revolta costumam sinalizar problemas sistémicos mais profundos — desigualdades, marginalização e perda de dignidade. Em vez de desvalorizar as queixas como meras ameaças, proponho vê-las como desafios que nos levam a recolher mais informação e a escrutinar complexidades negligenciadas. Ao reconhecer que as queixas podem tornar-se antidemocráticas quando ignoradas, saliento a importância de abordar as suas raízes para aproveitar o seu potencial pró-democrático. Um enigma central reside na “caixa negra” em que a frustração pode subitamente azedar, e defendo que os conceitos habituais e reconfortantes — os nossos “pontos luminosos” — podem cegar-nos a esse processo. Identificar esses pontos cegos permite-nos sair da complacência conceptual e investigar como as queixas podem ser canalizadas para formas construtivas de envolvimento cívico. Assim, convido a uma compreensão mais matizada de como os pontos de ignição emocional impulsionam a mudança democrática e social.