In the 2021 Inaugural Lecture of CES Doctoral Programmes, Prof. Sheila Jasanoff questions how science and technology has largely been portrayed by philosophers and sociologists of technology through a lens of disenchantment, bemoaning the power of science and technology to empty our world of meaning, through devices such as rationalization, standardization, massification, and routine. In such narratives humans are seen as subjugated to machineries of production, and deprived of voice and agency, so that innovation suffers and democracy itself is in deficit. In this lecture, Sheila Jasanoff argues to the contrary, that the turn of the twentieth century brought enormous gains in our capacity to reflect on what it means to be citizens of scientific and technological societies. Drawing on concepts such as co-production, constitutionalism, and sociotechnical imaginaries, she shows how this rise in social reflexivity has equipped us to rethink the politics of science and technology, and illustrates this with work in science and technology studies (STS) on environment, biotechnology, and AI to show how advances in theories of science and technology in society open up new vistas for social creativity and political action.
Sheila Jasanoff, convidada da edição de 2021 da Aula Inaugural dos Programas de Doutoramento do CES-UC, reflete sobre a representação geral da ciência e da tecnologia através de uma lente de desencantamento, que lamenta o poder da ciência e da tecnologia para esvaziar o nosso mundo de significado através de dispositivos como a racionalização, a normalização, a massificação e a rotina. Nestas narrativas, em que seres humanos são subjugados a maquinarias de produção, e privados de voz e agência, a inovação é impactada e a própria democracia colocada em falta.
Pelo contrário, Sheila Jasanoff argumenta que a viragem para o século XX trouxe benefícios para a capacidade de refletir sobre o que significa ser cidadão de sociedades científicas e tecnológicas. Baseando-se em conceitos como coprodução, constitucionalismo, e imaginários sociotécnicos, Sheila Jasanoff mostra como este aumento de reflexividade social equipou a sociedade para repensar a política da ciência e da tecnologia. Ilustra este ponto com Estudos de Ciência e Tecnologia (STS) sobre o ambiente, biotecnologia, e Inteligência Artificial (IA) e demonstra como os avanços nas teorias da ciência e tecnologia na sociedade abrem novas perspetivas para a criatividade social e a ação política.