Pensando os sertões brasileiros como um espaço plural, diverso e potente, embora historicamente associado à fome, seca, masculinidades dominantes e feminilidades submissas, este seminário pretende analisar as diversas formas de rebeldia feminina a partir da narrativas de mulheres que vivem à margem da cultura urbana e letrada, principalmente as de ascendência afro-indígena, não escolarizadas, pertencentes às camadas populares e moradoras de áreas rurais e/ou distantes dos grandes centros. As suas práticas nos levam a refletir sobre a possibilidade de invenções de feminismos, considerando que estes foram construídos historicamente através do enfrentamento direto das mulheres à ordem androcêntrica, bem como por suas subtis formas de rebeldia. A partir de uma perspectiva histórica pretendemos refletir sobre as várias táticas utilizadas por mulheres sertanejas para subverter construções sociais de género, fazendo emergir “invenções de subjetividades” potentes e paradoxais.