A reflexão sobre os limites da ciência moderna, a crítica à teoria eurocêntrica e o desafio da construção de conhecimento comprometido com a transformação social envolvem o questionar dos manuais que apresentam as metodologias como receitas inflexíveis universalmente aplicáveis. As metodologias devem estar sintonizadas com a reflexão epistemológica e ética. A interdisciplinariedade; a ecologia de saberes, que mobiliza a ciência na sua diversidade, os saberes nascidos nas lutas sociais e a arte; e a desconstrução dos sujeitos como objetos de investigação e sua participação enquanto sujeitos ativos na construção de conhecimento lançam questões metodológicas, cujas respostas não podem ser traduzidas em fórmulas prontas a usar em qualquer lugar.
Na edição XIIIª dos “Jovens cientistas sociais 2018” refletiremos sobre metodologias fora da caixa a partir de experiências reais, dilemas, dificuldades e possibilidades não antecipadas que emergem no decorrer do trabalho de pesquisa. Pretendemos discutir desafios do trabalho de campo, que levaram os/as investigadores/as para os lá dos livros de metodologia tradicionais. A proposta é partilhar e discutir a experiência vivida da investigação, as decisões tomadas, os imprevistos resolvidos, os dilemas éticos, as questões que envolvem a investigação comprometida com a transformação social. Não se procura recriar receitas, mas promover a auto-reflexividade e a partilha, de modo a proporcionar aprendizagens mútuas a partir de opções, contextos e práticas diferentes.