A investigadora do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra Licínia Simão acredita que as consequências dos resultados do referendo na Crimeia são bastante alargadas, mas à partida exigem às autoridades de Kiev que saibam lidar com o facto de ser muito difícil voltar a ganhar o controlo dessa região estratégica.
Um aspeto importante é o impacto do referendo sobre as relações da Rússia com os Estados Unidos e a União Europeia. Ouvida pelo jornalista da Antena 1 Luís Soares, Licínia Simão nota que “há aqui algum sinal de esperança que surgiu relativamente ao diálogo entre o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, relativamente ao futuro da Ucrânia”.
“A questão da Ucrânia parece estar mais ou menos consolidada e agora as atenções centram-se no futuro da Ucrânia e nas importantes reformas constitucionais que devem ser feitas”, acrescenta Licínia Simão.
A professora universitária destaca ainda “a importância de as autoridades interinas em Kiev poderem participar e estar plenamente envolvidas neste processo para que não seja uma decisão externa que é imposta à Ucrânia e que traria mais instabilidade ao país”.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia reúnem-se esta segunda-feira em Bruxelas e a Rússia pode contar já com um pacote de sanções, na sequência do referendo na Crimeia.