Cinco reclusos fugiram este sábado, dia 7 de Setembro, da prisão de Vale de Judeus, em Alcoentre, Lisboa. A fuga deu-se pelas 9h59 e foi apenas detectada perto da hora de almoço, quando um guarda se apercebeu de uma escada encostada a um dos muros da prisão.
A fuga foi facilitada por uma série de falhas graves no sistema de segurança. O sistema de sensores de movimento e alarmes estava inactivo há anos; a rede da cadeia não estava electrificada, porque levava a falhas de luz; as torres de vigia foram demolidas em 2018 e o sistema de videovigilância, apesar de funcionar, não vigiava efectivamente – porque são 200 câmaras a serem monitorizadas apenas por um segurança, ao longo de dez horas.
Além disso, uma parte crítica do muro, por onde os reclusos escaparam, estava sem monitorização directa, por falta de guardas.
O caso expôs falhas significativas na gestão do sistema prisional, incluindo a falta de recursos, de pessoal e as condições precárias dos estabelecimentos.
Mas os problemas nas prisões portuguesas são ainda mais amplos do que o caso deixa antever.
Neste episódio, ouvimos o sociólogo Carlos Nolasco, que nos últimos anos, a pedido da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, ajudou a fazer um retrato do sistema prisional português, no Observatório Permanente da Justiça, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.