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12-08-2019        Público

Adérito Sedas Nunes, o também inteligentíssimo criador do Instituto de Ciências Sociais que me apadrinhou mal acabei o meu doutoramento, também era um admirador de Boaventura Sousa Santos.

Porquê? Porque é uma pessoa que vale a pena conhecer. É um juízo utilitário até. É de esquerda? É. Mas ele ser de esquerda faz-me pensar que, se calhar, é melhor (mais justo, menos egoísta, mais generoso) ser-se de esquerda.

O que eu nunca penso – porque seria estúpido pensar assim de Chomsky ou Oakeshott – é que ele é um pensador interessante “apesar” de ser de esquerda ou de direita.

Eu considero-me um democrata liberal da escola de John Stuart Mill e, se puder escolher outro autor, de David Hume. Li, durante muitos anos, os filósofos mais recomendados, de direita e de esquerda, e foram estes com que mais engracei. Caso me permitissem um terceiro e um quarto seriam Platão e Rousseau. Aqui se vê que a minha costela liberal não equivale a um esqueleto inteiro.

Li hoje “Portugal, um alvo estratégico da extrema-direita”. A análise é preclara e perfeita. Boaventura Sousa Santos é um dos grandes defensores da democracia que ele (justamente) critica por ser fraca, pobre e mentirosa.

Quem não perceber isto não percebe nada. Não é só pena que tenho de quem não percebe: é medo


 
 
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Boaventura de Sousa Santos



 
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