As ordens mendicantes transformaram a cidade medieval. Ao pregar no exterior, na praça e no mercado, elas trouxeram a religião para os espaços públicos das cidades. Entraram também nos espaços privados das habitações, uma atividade descrita com comentários mordazes por Guillaume de Saint-Amour.
À medida que as novas ordens cresciam em número e importância, começaram também a adotar as normas arquitetónicas do monaquismo, ou seja, as estruturas da arquitetura monástica com claustros e casas do capítulo; este modelo arquitetónico conferiu-lhes autoridade e prestígio, mas também colocou uma considerável pressão sobre os ambientes urbanos nos quais os frades localizaram os seus conventos.
A adoção de uma arquitetura de grande escala para as suas crescentes comunidades produziu um impacto significativo nos recursos financeiros das ordens mendicantes. Muitas casas tiveram sérios problemas de endividamento. Relativamente a este assunto, os recursos financeiros conseguidos por algumas comunidades religiosas pelo facto de albergarem as casas da Inquisição viriam a desempenhar um papel importante.
(Comunicação da primeira sessão do Coloquio Internacional "Cidade e arquitetura conventual")