I examine how populism theory illuminates the constitution of political communities through affectively charged articulations of a collective "Us." Rather than relying on demographics or predetermined social interests, this approach underscores the importance of discursive practices that imagine a community around shared demands. Yet the failure of mainstream parties to accommodate such bottom-up mobilizations often highlights the counter-hegemonic nature of populism—even when populist movements hold power, they continue challenging something perceived as beyond their reach. At the same time, focusing on agonism reveals how "Us-building" can slip into polarization, with opposing sides co-constituting each other in mutual antagonism, posing risks for democratic processes. Trust emerges as a central element in these communal formations, fostering cohesion but also demarcating who is included or excluded. Ultimately, recognizing the interplay of affect, articulation, and collective identification sheds light on how populist politics can both revitalize democratic engagement and exacerbate division.
Examino de que forma a teoria do populismo ilumina a constituição de comunidades políticas através de articulações afetivamente carregadas de um “Nós” coletivo. Em vez de recorrer a dados demográficos ou a interesses sociais pré-estabelecidos, esta abordagem salienta a importância de práticas discursivas que imaginam uma comunidade em torno de reivindicações partilhadas. Contudo, a incapacidade dos partidos convencionais de acomodar tais mobilizações de base destaca frequentemente o caráter contra-hegemónico do populismo — mesmo quando os movimentos populistas estão no poder, continuam a contestar algo que consideram estar além do seu alcance. Simultaneamente, ao centrar a atenção no agonismo, revela-se como a construção de um “Nós” pode resvalar para a polarização, com lados opostos a co-constituírem-se em antagonismo mútuo, o que representa riscos para os processos democráticos. A confiança surge como elemento central nestas formações comunitárias, promovendo coesão mas também demarcando quem é incluído ou excluído. Em última análise, reconhecer a interdependência entre afeto, articulação e identificação coletiva clarifica de que modo a política populista pode simultaneamente revitalizar a participação democrática e exacerbar a divisão.