I examine how short stories function as a "third space," illuminating overlooked dimensions of reality by exposing its blind spots. This radical heterogeneity, often suppressed by hegemonic discourses, emerges particularly when historical symbols—like Portugal's Padrão dos Descobrimentos—transition from empty signifiers to contested terrains. Under democracy's open civic sphere, diverse emotional narratives, spanning national pride to tragic reckoning, converge and clash over these monuments. Such tensions reveal how populist actors appropriate historical narratives as nodal points to forge communal identity, connecting past, present, and future through an agonistic lens. By acknowledging how stories and monuments interact with political discourses, I highlight the necessity for historians to engage with the ongoing reconfiguration of historical meaning. Ultimately, this perspective underscores how populist movements strategically mobilize collective memory and heritage, prompting us to critically reassess how we interpret, challenge, and reshape the temporal frameworks underpinning national identity.
Analiso de que modo contos breves funcionam como um “terceiro espaço”, iluminando dimensões negligenciadas da realidade ao expor os seus pontos cegos. Esta heterogeneidade radical, frequentemente suprimida por discursos hegemónicos, manifesta-se em particular quando símbolos históricos — como o Padrão dos Descobrimentos em Portugal — transitam de significantes vazios para territórios contestados. Num contexto de esfera cívica aberta, próprio da democracia, narrativas emocionais diversas, que vão do orgulho nacional à reflexão trágica, convergem e colidem em torno destes monumentos. Tais tensões revelam como atores populistas se apropriam de narrativas históricas enquanto pontos nodais para forjar uma identidade comunitária, ligando passado, presente e futuro numa perspetiva agonística. Ao reconhecer como histórias e monumentos interagem com discursos políticos, destaco a necessidade de os historiadores se envolverem na reconfiguração contínua do significado histórico. Em última instância, esta perspetiva sublinha o modo como os movimentos populistas mobilizam estrategicamente a memória e o património coletivos, instando-nos a reavaliar de forma crítica a interpretação, contestação e reformulação dos quadros temporais que sustentam a identidade nacional.