Em memória da memória, hoje sentamo-nos com Zia Soares.
Zia Soares é encenadora e atriz e foi uma das fundadoras do teatro Griot, companhia que dirigiu durante mais de dez anos. O trabalho de Zia e da companhia, pioneiro no contexto das artes performativas em Portugal, tornou-se, entre outros, num espaço de transgressão e de crítica, onde se reflete sobre a exclusão de pessoas racializadas, dos corpos negros e sobre a seletividade da História, que invisibiliza determinados discursos e narrativas. Faz escuro nos olhos, Os negros, O riso dos necrófagos e Uma dança das florestas são alguns dos espetáculos que produziram e estrearam ao longo do historial da companhia.
No Em Memória da Memória de hoje, história familiar e elementos biográficos entrelaçam-se com aspetos da memória pública e de responsabilidade coletiva.
A realização é de Inês Nascimento Rodrigues, a edição de som de José Gomes e a imagem gráfica de Márcio de Carvalho. As canções neste episódio são originais de Xullaji para os espectáculos FANUN RUIN e O Riso dos Necrófagos (cortesia dos artistas). Indicativo: voz de Rui Cruzeiro e música original da autoria de XEXA.
Algumas sugestões de leitura:
Ribeiro, Margarida Calafate; Cruz Rodrigues, Fátima (2022), Des-Cobrir a Europa - Filhos de Impérios e Pós-memórias Europeias. Porto: Afrontamento.
Soares, Zia (2019), “Contemporaneidades, artes performativas e financiamentos: anacronismos da linguagem”, Memoirs newsletter, 78.
Pinto Ribeiro, António (2019), “Negro por fora, vermelho por dentro - o Teatro Griot”, in Margarida Calafate Ribeiro e Phillip Rothwell (org.), Heranças Pós-Coloniais nas literaturas em língua portuguesa. Porto: Edições Afrontamento, 335-348.