Esta comunicação esboça uma revisão crítica do processo e dos resultados de uma pesquisa etnográfica sobre justiça de transição e as formas de construção moral e sociojurídica da figura da vítima de violência política no Peru, a partir de diferentes abordagens feministas. A partir desta revisão, e de uma explanação sobre o reposicionamento da oradora na sua relação direta com o campo, propõe-se um debate mais específico sobre as políticas que regem a produção de conhecimento sobre sofrimento e violência, e sobre o tipo de hierarquias e dinâmicas de poder que são construídas e reforçadas pela intervenção institucional, académica e de investigação nos chamados contextos pós-conflito, nomeadamente desconfortos, tensões e contradições do ético, mas também do epistemológico e do político.