Embora muitos critiquem as formas elitistas, excludentes e frequentemente neocoloniais nas quais o sistema de direitos humanos opera, a realidade é que vários grupos e indivíduos em todo o mundo ainda recorrem à linguagem e estrutura dos direitos humanos nas suas lutas por justiça social. Como podemos explicar este facto? Será uma crença ingénua nas promessas feitas pelos direitos humanos? Será simplesmente porque os direitos humanos são agora o último reduto, a serviçal perfeita para o capital neoliberal? Será desespero; um apelo a esta "última utopia" que deslocou outros projetos emancipatórios mais revolucionários e estabeleceu uma agenda reformista? Nesta apresentação avança-se outra possibilidade: uma que, acredita a oradora, não é apenas empiricamente verdadeira, mas tem também importantes implicações políticas e epistemológicas.
While many have critiqued the elitist, exclusionary and often neo-colonial ways in which the human rights system operates, the reality is that many different groups and individuals around the world still draw on the language and framework of human rights in their struggles for social justice. How are we to account for this? Is it a naïve belief in the promises made by human rights? Is it simply because human rights is now the ‘only game in town’, the perfect handmaiden to neo-liberal capital? Is it desperation; an appeal to this ‘last utopia’ that has displaced other more revolutionary emancipatory projects and settled for a reformist agenda? In this paper I want to present another possibility: one that I believe is not only empirically true but also has important political and epistemological implications.