A existência na América Latina de terras comunais se organizam e se governam a partir de outras lógicas que não a liberal estatal, Gladys Tzul Tzul argumenta, na sua conferência que o conceito de Estado, não permite captar a diversidade existente no continente. Por essa razão, a política comunitária tem uma lógica diferente da política liberal e, portanto, a procura da transformação social implica, no caso da racionalidade comunal, o duplo movimento de transformar, conservando.
Com base nesses argumentos, ela analisa ainda o problema da dualidade liberal entre inclusão / exclusão chamando à atenção para os limites daqueles feminismos brancos para os quais as mulheres indígenas são sobretudo vítimas do patriarcado inscrito nas suas comunidades e, portanto, excluídas dos processos políticos e dos sistemas de poder e de decisão. Ela mostra como qualquer análise liberal do Estado e da participação/inclusão das mulheres nas comunidades indígenas negligencia e invisibilisa a diversidade tanto social quanto epistemológica do mundo.