Por todo o mundo os direitos territoriais, culturais, ambientais e sociais dos povos indígenas se encontram ameaçados pela violência, degradação dos ecossistemas dos quais dependem para sua sobrevivência, perdas territoriais, reassentamentos forçados, negação dos direitos à autodeterminação, à participação nos processos decisórios que afetam suas vidas, assassinatos de lideranças e até massacres.
Nas Américas, a violência contra povos indígenas está associada ao avanço das fronteiras econômicas sobre seus territórios e o crescimento de políticas econômicas desenvolvimentistas e neoextrativistas que estimulam a instalação de empreendimentos agroindustriais, projetos de mineração, industrias pesadas, complexos logísticos ou de geração de energia em áreas estratégicas para a reprodução do modo de vida indígena, muitas delas considerados espaços sagrados por eles.
A aliança entre os Estados nacionais e grupos econômicos multinacionais no âmbito da viabilização desses empreendimentos, submete os povos indígenas a situações de conflitos marcadas por uma grande assimetria de poder, obrigando-os a lutar simultaneamente em arenas jurídicas, políticas e simbólicas nas mobilizações por seus direitos.
Reunimos neste evento um dos líderes do Povo Guarani Kaiowa e pesquisadorxs para apresentar suas experiências de luta e de apoio à resistência de povos indígenas assim como as propostas destes povos para construção de alternativas ao desenvolvimento baseadas na busca pelo bem viver e de um mundo social e ambientalmente mais justo.