Será suficiente um pensamento alternativo de alternativas? Esta é a indagação fundamental que percorre esta aula magistral. Para resposta à mesma e tal como é evidenciado, torna-se imperativo compreender as consequências geradas pelo modelo de pensamento dominante e, concomitantemente, pelo modelo de desenvolvimento dominante. Esta busca de alternativas constitui, na prática, um pensamento de retaguarda que visa desmontar as conceções essencialistas do conhecimento dominante e seu tempo e espaço lineares. Como é expectável, as consequências percorrem os mais variados domínios do social. A procura de alternativas e tal como é explicitado pelo Prof. Boaventura de Sousa Santos, constitui uma difícil tarefa, plena de antinomias e de perversidades. Tal não significa todavia a inexistência de alternativas. A dificuldade reside nos obstáculos que são interpostos à credibilidade e sustentabilidade destas alternativas. Estas são, recorrentemente e de forma impositiva, descredibilizadas, invisibilizadas e desqualificadas. Como tal, um pensamento alternativo de alternativas serve, desde logo, para visibilizar as alternativas que são apresentadas como irrelevantes, perigosas ou marginais. Numa lógica mais ampla, de explicitação de todo um quadro teórico de referência, Boaventura de Sousa Santos aclara que a produção deste pensamento alternativo passa pelas Epistemologias do Sul, uma função primeira e fundacional deste reconhecido quadro de produção de conhecimento.