A crise da democracia representativa estimulou o desenvolvimento de ampla literatura em relação ao tema da democracia deliberativa nas últimas décadas. O modelo deliberativo realiza consistente crítica das teorias empiristas e elitistas da democracia que dominaram a teoria política do pós-guerra. Jurgen Habermas é um dos autores, entre muitos outros, que desenvolve ampla análise do modelo deliberativo, reconstruindo os temas do Estado de Direito, legitimidade, Poder Judiciário, esfera pública e sociedade civil, no marco da sua teoria da ação comunicativa. Alvo de inúmeras críticas, a teoria de Habermas vem sendo reelaborada a partir do diálogo com outras propostas. Anthony Giddens é um desses autores. Partindo da teoria da modernização reflexiva, Giddens desenvolve a concepção dialógica da democracia, na qual a ideia de consenso, central na teoria de Habermas, é substituída pela ideia de diálogo com o outro em uma relação de confiança ativa.