Is the judiciary still a gendered organization? Experiences from Germany in an international comparative perspective
Ulrike Schultz, advogada e proeminente académica na área dos estudos sociojurídicos, analisa as mudanças operadas no judiciário, ao longo das últimas duas décadas, com o aumento exponencial de mulheres magistradas. Ulrike questiona qual o efeito desta feminização das profissões jurídicas na administração da justiça: as mulheres juízas julgam de um modo diferente? Historicamente as mulheres foram afastadas das magistraturas sob o argumento de que não eram racionais ou objetivas. Algumas análises às decisões em tribunal têm mostrado que, em princípio, o sexo do julgador não influencia o resultado de um caso, com algumas exceções que são, contudo, difíceis de avaliar e comparar. Ulrike questiona ainda até que ponto outras mudanças, como as atitudes no trabalho e as condições de trabalho, podem ser atribuídas aos efeitos da feminização? Por outro lado, a feminização leva a uma mudança geral na imagem do judiciário? As conclusões apresentadas baseiam-se nos resultado de um projeto internacional sobre género e administração da justiça, coordenado por Ulrike Schultz
Women as new "organic intellectuals" of European judiciary systems
Vittorio Ogiati, advogado e professor na Faculdade de Direito na Universidade de Macerata, Itália, centra-se nas representações sociojurídicas das mulheres e nos sistemas de vigilância para triangular os conceitos basilares de poder, confiança e razão das grelhas referenciais do direito.
Feminisation of the French magistrature, between parity and disparities
Anne Boigeol, socióloga e investigadora no Instituto das Ciências Socais e Políticas em Cachau, explora a evolução das mulheres nas magistraturas francesas, procurando equacionar se o género transformou as magistraturas. Anne Boigel expõe ainda os glass ceilings na progressão na carreira das mulheres e contrariando o argumento de que seria uma questão de tempo até às mulheres ocuparem as instâncias superiores de decisão.