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09-05-2018        

“Não disparem sobre o utopista” é um capítulo da Crítica da Razão Indolente (2000, Afrontamento), em que Boaventura de Sousa Santos apresenta três metáforas, ou três topoi, que deveriam guiar a construção de uma subjetividade individual e coletiva emergente: o barroco, o sul e a fronteira. O sul tem sido a metáfora mais trabalhada desde então. Nesta aula, dezoito anos após a referida publicação, Boaventura recupera o conceito de fronteira, abordando-o num tom menos celebratório a partir da realidade contemporânea e dos desenvolvimentos críticos das Epistemologias do Sul. A fronteira não é apenas física. As três formas de dominação da modernidade - o colonialismo, o capitalismo e o heteropatriarcado - criam fronteiras físicas, mentais, cognitivas, sociais, culturais, simbólicas, que definem quem pertence e quem não pertence, quem está no lugar e quem está fora do lugar, quem é íntimo e quem é estranho, quem é do centro e quem é da periferia. As grandes fronteiras do nosso tempo estão dentro de nós, nem sempre de modo consciente, e nas nossas instituições. O poder hegemónico nas sociedades contemporâneas elimina as fronteiras que prejudicam o seu domínio (mercados financeiros globais) e cria fronteiras onde corre riscos de ver esse domínio disputado. As fronteiras podem, no entanto, ser ofensivas e defensivas.

 
 
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Boaventura de Sousa Santos



 
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